O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, do União Brasil, admitiu ter conversado com Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, um dia antes de uma operação policial que visava prender o parlamentar. Essa informação foi divulgada em um programa de televisão. Bacellar prestou depoimento à Polícia Federal e, atualmente, está detido.
Durante o depoimento, Bacellar afirmou que foi abordado por TH Jóias no Palácio Tiradentes, onde o deputado pediu uma conversa reservada. TH Jóias perguntou se Bacellar estava ciente de alguma operação prevista para o dia seguinte. Bacellar negou saber de qualquer ação e mencionou que havia rumores sobre problemas que poderiam afetar um deputado.
No relato a respeito da conversa, Bacellar explicou que TH Jóias expressou incerteza sobre o que deveria fazer e que ele o aconselhou a se preocupar com sua filha e a agir com cautela. Ele destacou que em momento algum buscou influenciar ou avisar TH Jóias sobre a operação da Polícia Federal.
Bacellar foi preso em 3 de setembro sob a acusação de obstrução de justiça. Ele é suspeito de ter alertado TH Jóias sobre a ação policial, levando o deputado a apagar dados do celular e tentar se livrar de provas. TH Jóias já enfrentava processos relacionados a tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, além de ser suspeito de envolvimento em negociações de armas com o Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do Rio.
Na operação que resultou na prisão de TH Jóias, a Polícia Federal cumpriu 18 mandados de prisão e 22 mandados de busca e apreensão em diversos locais, incluindo a Barra da Tijuca e Copacabana. Durante a ação na Alerj, os agentes recolheram provas que podem estar conectadas às investigações em curso.
Ao longo das investigações, a Polícia Federal indicou que Bacellar teria tido conhecimento antecipado da operação e orientou TH Jóias a se desfazer de materiais que poderiam incriminá-lo. Essas denúncias são consideradas graves e levam a uma análise mais profunda sobre as relações entre os políticos e o crime organizado no estado.
