Patricia Gombai Barcellos Caldeira

    Revisado por

    Fisioterapeuta • CREFITO 3/71.855-F

    Pressão alta: como saber se tenho e o que fazer?

    A hipertensão, ou pressão alta, é uma doença que acontece quando a força que o sangue faz nas paredes das artérias fica muito alta. Ela é uma doença crônica e pode durar a vida toda.

    Esse problema é um grande risco para a saúde, pois pode levar a doenças importantes do coração como infarto e derrame. É uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo todo.

    A hipertensão pode surgir devido a uma mistura de fatores, como questões genéticas da família, comportamentos do dia a dia e aspectos do ambiente. Isso inclui, por exemplo, sedentarismo, muito sal na comida, estresse e envelhecimento.

    Estudos apontam que cerca de um terço dos adultos no Brasil tem pressão alta. Essa porcentagem aumenta com a idade, ou seja, quanto mais velho, maior o risco de ter a doença.

    Como classificar a pressão arterial

    Os profissionais de saúde utilizam dois números para classificar a pressão arterial de um paciente:

    • Pressão Arterial Sistólica (PAS): é o número maior, medido quando o coração se contrai.
    • Pressão Arterial Diastólica (PAD): é o número menor, medido quando o coração relaxa.

    No exemplo da pressão 14/9, 14 é a PAS e 9 é a PAD. A partir desse valor, já é possível identificar hipertensão se a medição acontecer em duas ou mais consultas, sem uso de remédio para pressão.

    Entendendo mais sobre pré-hipertensão

    A pré-hipertensão não é uma doença, mas um alerta. É um sinal de que a pessoa pode desenvolver hipertensão no futuro e, por isso, é importante modificar alguns hábitos.

    No consultório, a pré-hipertensão é identificada com medições entre 12/8 e 13/9 mmHg. Pressão normal é considerada abaixo de 12/8, ou seja, 120 mmHg e 80 mmHg.

    Fatores de risco para pressão alta

    Para entender a hipertensão, é importante saber o que aumenta o risco de ela se desenvolver. Existem várias razões para essa condição aparecer.

    1. Fatores biológicos e genéticos

    Idade e sexo

    À medida que a pessoa envelhece, a chance de ter pressão alta aumenta. Os homens geralmente apresentam mais casos de hipertensão desde a adolescência.

    As mulheres, por outro lado, podem ter um aumento maior na pressão após os 60 anos. A menopausa, que é a diminuição da produção de hormônios, também contribui para esse aumento.

    Genética

    A hipertensão pode ser influenciada por vários genes, mas não existe um único responsável pela doença. A herança genética tem um papel no desenvolvimento da condição.

    2. Estilo de vida

    Esses são os fatores de risco mais fáceis de mudar, uma vez que estão ligados aos hábitos do dia a dia.

    Sobrepeso e idade

    Quem tem sobrepeso ou obesidade, especialmente na região da barriga, está mais propenso a desenvolver hipertensão. O Índice de Massa Corporal (IMC) é um número que ajuda a identificar isso.

    Sedentarismo

    A falta de exercícios é um fator de risco. O sedentarismo pode levar a doenças como diabetes e obesidade, além de aumentar a pressão arterial.

    Alto consumo de sal

    Comer muito sal é uma das causas bem conhecidas da hipertensão. Aproximadamente 30% dos casos de pressão alta são atribuído a isso. A quantidade recomendada de sódio é bem menor do que a média que os brasileiros consomem.

    Consumo de álcool

    Beber mais álcool também está ligado ao aumento da pressão. Para mulheres, beber mais de uma lata de cerveja ou taça de vinho por dia pode ser arriscado. Já para os homens, o limite é de duas latas de cerveja ou duas taças de vinho.

    Tabagismo

    Fumar é um dos principais fatores de risco para problemas do coração. Para evitar complicações, é essencial parar de fumar.

    3. Fatores ambientais e psicossociais

    Estresse e fatores psicossociais

    Nos dias de hoje, o estresse no trabalho, a solidão, ansiedade e depressão podem contribuir bastante para o aumento da pressão. Estudos mostram que a pressão alta pode ser até 2,4 vezes mais comum em quem vive em estresse constante.

    Distúrbios do sono

    Não dormir bem ou dormir pouco pode aumentar o risco de hipertensão. A Apneia Obstrutiva do Sono, que faz com que a respiração pare e volte enquanto se dorme, é um exemplo disso.

    Fatores ambientais (poluição/clima)

    A poluição, tanto do ar quanto sonora, também pode afetar a pressão. Cidades sem áreas verdes aumentam a inatividade física, o que é mais uma possibilidade de agravar a hipertensão.

    Medicamentos e drogas

    Alguns remédios, como anti-inflamatórios, podem elevar a pressão. Além disso, o uso de drogas ilegais também pode causar aumento considerável da pressão arterial.

    Como saber se tenho pressão alta

    A pressão alta normalmente não dá sinais e, por isso, é uma condição silenciosa. Algumas pessoas, porém, podem sentir dores de cabeça, tontura, cansaço excessivo, falta de ar ou palpitações.

    O único jeito de saber se a pressão está alta é medindo. O exame deve ser feito por um profissional com um aparelho adequado, em um lugar tranquilo e depois de alguns minutos de descanso.

    Além disso, o médico pode pedir exames como:

    • MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial): um aparelho que mede a pressão durante 24 horas, enquanto a pessoa dorme e faz suas atividades.
    • MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial): é a medição feita em casa, com a orientação de um profissional.

    Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e também a detectar casos de pressão normal no consultório, mas alta em casa, ou o contrário, onde a pressão sobe apenas durante a consulta.

    O que fazer se a pressão estiver alterada

    Ter uma medição alta uma vez só não é motivo para um diagnóstico. É essencial repetir os exames em dias diferentes.

    Se mesmo assim a pressão permanecer alta, procurar um médico para uma avaliação completa é o ideal.

    Uma vez confirmada a hipertensão, o tratamento pode incluir:

    • mudanças de estilo de vida: como comer melhor, dormir bem e fazer exercícios regulares
    • reduzir o sal, o álcool e alimentos industrializados
    • parar de fumar
    • uso de medicamentos para pressão, se indicados por um médico

    Medições frequentes e acompanhamento regular são importantíssimos para controlar a hipertensão e evitar problemas no coração.

    Em resumo

    A hipertensão é uma condição comum, silenciosa e controlável. Medir a pressão, ter hábitos saudáveis e buscar ajuda profissional são os passos essenciais para cuidar da saúde do coração e do corpo como um todo.

    É muito importante ter o apoio de profissionais qualificados para entender questões específicas e ter orientações individualizadas. Se tiver dúvidas, procure um especialista para uma avaliação mais completa.

    Share.