Em 2014, o físico teórico britânico Stephen Hawking fez advertências que, para muitos, pareciam mais histórias de ficção científica do que uma realidade iminente. Ele falou sobre máquinas que poderiam se autoaperfeiçoar e ultrapassar a inteligência humana, uma ideia que antes parecia distante, mas que hoje se torna cada vez mais plausível com os avanços tecnológicos.

    Hawking alertou que o pleno desenvolvimento da inteligência artificial (IA) poderia representar um grande risco à humanidade. Ele destacou que, embora as formas iniciais de IA já estejam sendo usadas em várias áreas, é importante não ignorar os perigos que essa tecnologia pode representar. Se uma inteligência artificial se tornasse autônoma e capaz de se reformular, seria uma situação inédita e potencialmente perigosa.

    A preocupação central de Hawking não era com uma possível malícia da IA, mas sim com o desequilíbrio de poder que poderia surgir dessa superioridade em competência. Ele advertiu que, ao evoluir mais rapidamente do que os humanos, a IA poderia tornar a humanidade vulnerável. Esse alerta traz à tona questões sobre a concentração de poder nas mãos de quem controla essa tecnologia, o que poderia aumentar desigualdades sociais e econômicas.

    Hoje, refletimos sobre a realidade dessas previsões. Quando Hawking fez suas declarações, a IA estava em estágios iniciais, ainda longe de alcançar a autonomia que se discute atualmente. Com o crescimento acelerado de ferramentas de aprendizado de máquina e automação, a linha entre ficção e realidade se torna cada vez mais tênue.

    Especialistas afirmam que a preocupação com a IA não é apenas alarmista, mas uma possibilidade concreta que depende de três fatores: a criação de uma IA que consiga se aperfeiçoar sozinha, a falta de alinhamento desses sistemas com valores humanos e a ausência de mecanismos de controle para garantir que essas máquinas sejam supervisionadas.

    Dessa forma, o que Hawking chamou de “erro” ao ignorar os riscos da IA não é um pessimismo desnecessário, mas um importante aviso. Ele enfatizou que o sucesso na criação da IA pode ser o maior evento da história da civilização, ou o último se não aprendermos a evitar os riscos associados.

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