Dan Cortez, diretor de Eletrofisiologia Pediátrica da UC Davis, bateu mais um recorde mundial: ele foi o primeiro a implantar um marcapasso sem fio de dupla câmara em uma criança. O relato do caso foi publicado esta semana em uma revista especializada.
O paciente, de 13 anos, foi encaminhado para a clínica de eletrofisiologia pediátrica da UC Davis por sentir presíncope, que é uma sensação de tontura sem desmaiar, após diversos anos sendo monitorado por um bloqueio cardíaco congênito completo.
Os marcapassos são comuns em crianças com esse tipo de bloqueio, que é uma condição rara, podendo levar à morte súbita e atingindo cerca de 1 em cada 15.000 a 22.000 crianças. Esse bloqueio pode surgir devido a doenças cardíacas congênitas que foram reparadas ou por predisposição genética. Também pode ser adquirido por exposição a certos anticorpos maternos.
Após uma série de eletrocardiogramas e monitores de Holter mostrarem uma queda na frequência cardíaca, Cortez conversou com o paciente e sua família sobre as opções de marcapasso.
Os marcapassos sem fio de dupla câmara ajudam a regular o ritmo do coração, estimulando as câmaras superiores (aórticas) e inferiores (ventriculares). Como o paciente queria continuar praticando esportes sem restrições, o marcapasso sem fio foi apresentado como uma opção, e a família concordou.
O marcapasso AVEIR foi implantado pela veia jugular interna direita do paciente, ao invés da veia femoral, para que ele pudesse se mover facilmente e voltar a praticar esportes logo. O procedimento minimamente invasivo aconteceu no Laboratório de Eletrofisiologia da UC Davis.
O paciente não teve complicações durante ou após o procedimento. Três meses depois, ele já estava liberado para retornar às atividades físicas e brincar esportes.
O dispositivo AVEIR se diferencia dos marcapassos tradicionais porque não possui fios ou cabos e é absorvido pelo coração. Além disso, ele é 10 vezes menor que um marcapasso convencional. Esse tipo de aparelho já foi implantado em adultos em todo o país desde que recebeu a aprovação da FDA em 2023.
“Agora, todo mundo, incluindo as crianças, pode se beneficiar de marcapassos sem fios e sem as complicações de longo prazo que vêm com os fios”, afirmou Cortez. “Não importa que tipo de estimulação uma criança precise — atrial, ventricular ou ambas — elas podem agora ter um marcapasso sem fio e, após um curto período de recuperação, não haverá restrições em suas atividades.”
Em 2023, Cortez foi o primeiro médico do mundo a implantar um marcapasso retrátil sem fio em uma criança. Cinco anos antes, ele já havia sido o primeiro a implantar um marcapasso Micra de câmara única pela veia jugular interna em uma criança.
Esses avanços na medicina são importantes porque ajudam a melhorar a qualidade de vida das crianças com problemas cardíacos. O fato de poder utilizar marcapassos sem fios é uma grande mudança, já que evita complicações que podem surgir no futuro.
Os marcapassos tradicionais têm fios que podem causar problemas ao longo do tempo, o que não acontece com os novos modelos. Além disso, o tamanho reduzido e a facilidade de uso tornam os marcapassos sem fio uma opção muito mais viável para crianças ativas que querem continuar praticando esportes.
A inovação no campo da eletrofisiologia pediátrica é significativa. Cada vez mais, as crianças poderão ter acesso a tratamentos modernos que facilitam suas vidas e permitem que continuem levando uma rotina normal. O acompanhamento médico cuidadoso é essencial para garantir que esses marcapassos funcionem corretamente e que a saúde da criança seja mantida em dia.
A equipe médica envolvida lembra sempre da importância de estar atento às necessidades e ao estado de saúde dos pequenos pacientes. A colaboração entre a família e os médicos é fundamental para o sucesso do tratamento. Além disso, estudos e avanços na área continuam a trazer novas opções para crianças com problemas cardíacos.
O feedback positivo dos pacientes e de suas famílias tem sido encorajador. Ver uma criança voltar a se mover com liberdade e retornar às atividades esportivas é um motivo de grande alegria para a equipe médica. Isso reforça a ideia de que o objetivo maior é sempre proporcionar uma qualidade de vida melhor para quem enfrenta problemas de saúde.
A notícia sobre a realização desse procedimento inovador também traz esperança para outras famílias que estão lidando com situações semelhantes. Ao saberem que existem novas opções de tratamento, muitas pessoas se sentem mais aliviadas e otimistas quanto ao futuro de seus filhos.
Por fim, o sucesso desses procedimentos mostra como a medicina está avançando e se adaptando para atender às necessidades específicas de cada paciente, especialmente quando se trata de crianças. Cada passo dado nessa área é um grande avanço para a saúde pediátrica em todo o mundo.
As inovações são sempre bem-vindas e trazem aprendizado tanto para profissionais da saúde quanto para as famílias. Pensar no menor impacto possível, aliado ao sucesso no tratamento, é o que todos desejam. A ciência continua a trabalhar em prol do bem-estar das futuras gerações, um marcapasso de cada vez.
