Moradores dos distritos de Lumiar e São Pedro da Serra, localizados em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, realizaram uma manifestação pacífica no último sábado, dia 20. O protesto foi motivado pela morte da menina Isadora, de apenas oito anos, que faleceu no fim de semana anterior.

    Isadora apresentava sintomas de pneumonia e, segundo relatos nas redes sociais, havia recebido atendimento inicial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No entanto, seu quadro clínico se agravou, e a dificuldade de transporte até um hospital mais próximo contribuiu para sua morte.

    A manifestação reuniu os moradores em frente ao Instituto de Educação de Nova Friburgo (Ienf), na praça Dermeval Barbosa Moreira. Com faixas e cartazes, eles levantaram reivindicações voltadas à saúde nas comunidades. Entre os pedidos estavam a abertura imediata da Unidade de Urgência e Emergência de Lumiar, com a entrega prevista para outubro, e a disponibilização de uma ambulância fixa para atender tanto São Pedro da Serra quanto Lumiar. Atualmente, a unidade de saúde mais próxima fica a mais de 30 quilômetros de distância, o que, segundo os moradores, dificulta o atendimento em situações de emergência.

    Após se reunir na praça, os manifestantes seguiram em direção à prefeitura. Na sede do Executivo, uma grande faixa preta foi colocada pedindo a ambulância fixa, enquanto cartazes com as reivindicações foram afixados nas portas e paredes do prédio.

    Klaus Graban, integrante da comissão que organizou o protesto, falou sobre a falta de atenção do poder público para com as comunidades. Ele destacou que, apesar de Lumiar e São Pedro da Serra serem atrações turísticas, as demandas locais, especialmente na área da saúde, não têm sido atendidas. “Estamos cada vez mais distantes do poder público. Nossa comunidade enfrenta muitas necessidades por ser de origem rural, e o apoio não tem sido suficiente”, afirmou.

    Graban também mencionou que não houve retorno do Executivo às demandas apresentadas na manifestação. Ele lembrou que a base da ambulância foi retirada em agosto do ano passado e não retornou. A pesquisa na comunidade indicou que mais de 80% dos relatos de emergência não contaram com atendimento de ambulância.

    A obra da Unidade de Urgência e Emergência, ansiosamente aguardada, deveria ter sido concluída em outubro. No entanto, não há informações claras sobre um cronograma para sua entrega. Graban lembrou que a comunidade conseguiu recursos de R$ 1 milhão para a construção e outros R$ 1 milhão para a compra de uma ambulância.

    Em uma tentativa de homenagear Isadora e apoiar outras crianças do distrito, no domingo 21, o grupo fez um evento na sede da Euterpe Lumiarense. O ato incluiu atividades como contação de histórias e arte.

    Nas redes sociais, o caso gerou grande repercussão e apoio à manifestação. Comentários emocionados foram feitos sobre a tragédia, com muitos expressando desejo de mudança e um clamor por assistência e respeito às comunidades locais.

    Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de Nova Friburgo não havia se manifestado oficialmente sobre as reivindicações apresentadas.

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