Filme “Resurrection” Explora o Tempo e a Memória
O longa-metragem Resurrection, que deve estrear em 2025, é uma obra de fantasia dirigida e escrita por Bi Gan. Com uma duração de 160 minutos, o filme apresenta um elenco notável, incluindo Jackson Yee, Shu Qi e Mark Chao.
A trama propõe uma reflexão profunda sobre a relação entre a humanidade e os sonhos. A história se desenrola em um universo onde a sociedade abriu mão dos sonhos em busca de uma vida mais longa. Essa escolha provoca questionamentos sobre o que resta da experiência humana quando se decide evitar o risco de sonhar.
A narrativa é rica em elementos simbólicos e combina aspectos históricos com futuras visões artísticas. A personagem que narra, interpretada por Shu Qi, revive momentos da história chinesa, estabelecendo uma conexão entre o espectador e a imagem do filme. Essa abordagem busca reacender a capacidade de sonhar e valorizar a essência do cinema, especialmente em um contexto onde a arte pode estar à beira da extinção.
Resurrection é estruturado em blocos narrativos que oferecem experiências distintas. O filme transita do estilo do cinema mudo para uma estética contemporânea, explorando desde sonhos etéreos até a vivacidade das cenas urbanas. A jornada do personagem que atravessa várias épocas simboliza uma luta interna: a busca por um novo sentido de vida por meio dos sonhos, que se mostram essenciais mesmo em um mundo ligado à imortalidade.
Além da exploração do tempo, o filme aborda uma crítica à imagem e à técnica cinematográfica. Ele retrata as mudanças sociais e culturais a partir de fragmentos, evidenciando como a imagem pode ser ferida, mas também revitalizada. A transição entre as diferentes épocas mantém uma continuidade que desafia o espectador.
A trilha sonora, composta pelo grupo M83, é integrada de forma a acentuar as emoções e as mudanças na narrativa. O som não é meramente um complemento; ele se torna parte da experiência, variando entre momentos de intensidade e silenciamento.
Resurrection oferece um espaço para o luto pelas experiências perdidas e uma esperança de renascimento. Ao finalizar, permanece uma sensação nostálgica, ligando o presente ao passado do cinema, sem definir lições ou mensagens fixas, mas convidando o público a sentir e refletir sobre a arte.
O filme será apresentado na 49ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, e promete ser um marco na discussão sobre a importância dos sonhos e da memória na arte cinematográfica.
