O mercado de pecuária começou a semana com as negociações estagnadas. Seguindo informações de analistas do setor, muitos frigoríficos estão reticentes em fazer compras, aguardando a decisão do governo chinês sobre uma investigação que pode levar à implementação de medidas de proteção às importações de carne bovina.

    Essa investigação foi iniciada pela China no final do ano passado. O governo chinês alegou que a alta oferta de carne bovina importada estava causando uma queda nos preços internos. A previsão inicial era que a decisão sobre possíveis medidas fosse divulgada em agosto, mas o prazo foi estendido para 26 de novembro.

    Desde a última sexta-feira, surgiram especulações que afetaram o clima no mercado. Uma delas sugere que a China pode adotar medidas restritivas em relação às importações de carne, incluindo a do Brasil. Por outro lado, há rumores de que a investigação pode ser prorrogada novamente, desta vez até abril de 2026.

    De acordo com Weber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e atual colunista do Agro Estadão, não houve novidades no processo. Ele mencionou que a China ainda está deliberando sobre prorrogar ou não a investigação e que a situação atual gera um clima de incerteza no mercado, que parece “caminhando de lado”. Barral representa a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) no processo.

    Essa espera gera uma lentidão nas transações, com profissionais do setor acreditando que, se a decisão importante ocorrer em novembro, isso poderá alterar a dinâmica do mercado. Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, reforçou essa ideia, dizendo que as expectativas de aumento nos preços do boi gordo estão se distanciando devido à incerteza atual.

    Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também afirmaram que o ritmo das negociações continua estável. Eles destacaram que não observaram quedas nos preços e, em algumas localidades, a arroba do boi gordo apresentou valorização. Em um indicador recente, o preço da arroba do boi gordo teve uma alta de 1,52%, alcançando R$ 323,70.

    Com essas movimentações e incertezas, o futuro das negociações de carne bovina continua indefinido, refletindo a necessidade do mercado de aguardar uma definição clara sobre as ações da China.

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