O Ministério da Saúde anunciou, no final de novembro, a atualização do Guia Nacional da Triagem Auditiva Neonatal (TAN), um documento que visa melhorar o cuidado auditivo para recém-nascidos em todo o país. Essa mudança é uma tentativa de padronizar os procedimentos nos hospitais e unidades de saúde, assegurando que as crianças tenham acesso a diagnósticos rápidos e tratamento para problemas auditivos.
O lançamento do novo guia ocorreu durante o 33º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, realizado em São Paulo, com a participação de profissionais da saúde e representantes do ministério. A revisão do guia faz parte de uma estratégia nacional para garantir o pleno desenvolvimento da linguagem, comunicação e interação social desde os primeiros dias de vida.
### Novos Critérios de Avaliação
Anteriormente, todos os recém-nascidos eram submetidos aos mesmos testes auditivos iniciais, como as emissões otoacústicas e o teste BERA (potencial evocado auditivo). Com o novo guia, critérios de risco foram atualizados, permitindo que a avaliação auditiva seja mais personalizada de acordo com o histórico clínico de cada criança.
Por exemplo, recém-nascidos que permanecem mais de cinco dias internados em UTI neonatal são identificados como um grupo com maior risco de perda auditiva. Agora, esses bebês serão encaminhados diretamente para o teste BERA, aumentando a precisão dos diagnósticos e otimizando o uso dos recursos disponíveis.
Além de agilizar o processo de triagem, as mudanças buscam diminuir os tempos de espera para os testes, facilitando o acesso ao atendimento necessário.
### Meta de Ampliação da Cobertura
Entre 2023 e 2024, a cobertura da Triagem Auditiva Neonatal chegou a 42% nacionalmente, aumentando para 46% em 2025. A meta é alcançar 70% de cobertura. Apenas cinco estados superaram a marca de 60%, com destaque para o Distrito Federal, que atinge 95% de cobertura.
O Ministério da Saúde tem investido na aquisição de novos equipamentos, no apoio a gestores locais e na capacitação de equipes de saúde para que todos os bebês possam realizar o teste auditivo. Conforme mencionado por um representante da secretaria, a identificação precoce de problemas auditivos é fundamental para garantir que as crianças tenham o direito ao desenvolvimento pleno da linguagem e à participação na sociedade.
A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia também elogiou as melhorias, ressaltando a importância do novo guia para a uniformização e a qualidade dos serviços de atendimento auditivo no Sistema Único de Saúde (SUS).
