Neste sábado, 22 de outubro, Jair Bolsonaro foi preso preventivamente após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo da prisão é o risco de fuga do ex-presidente. O pedido de prisão domiciliar, que poderia permitir que ele cumprisse a pena em casa, foi negado.

    A defesa de Bolsonaro argumenta que seu estado de saúde não é compatível com o regime fechado, citando as sequelas da facada que sofreu em 2018. De acordo com os advogados, o ex-presidente enfrenta “doenças permanentes” e sequelas “irreversíveis”, o que impacta significativamente sua saúde. Eles destacam que seu tratamento exige monitoramento constante e a necessidade de rápida mobilidade para atendimento especializado, algo que não seria possível em um ambiente prisional comum.

    Desde o atentado em 2018, Bolsonaro já passou por sete cirurgias. Em 2025, ele apresentou crises recorrentes de soluço e, em setembro do mesmo ano, foi diagnosticado com câncer de pele. Sua equipe médica considera seu quadro complexo, uma vez que as várias cirurgias abdominais deixaram aderências internas, o que pode resultar em complicações, como o bloqueio intestinal.

    A saúde e a idade de Bolsonaro podem influenciar a execução da pena de 27 anos e três meses determinada pelo STF. Pacientes com condições semelhantes frequentemente necessitam de fisioterapia respiratória intensa e acompanhamento nutricional e metabólico rigoroso para evitar problemas graves, incluindo complicações cardíacas e renais.

    Diante da situação, existem diferentes opções para o cumprimento da pena. Uma delas é a manutenção do regime de prisão domiciliar. Há também a possibilidade da Sala de Estado-Maior, que é um espaço reservado para detenção de autoridades ou militares de alta patente, e a opção de execução da pena em um estabelecimento prisional comum, como o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

    Outra alternativa avaliada é a possibilidade de cumprimento da pena em uma instalação das Forças Armadas, como ocorre com o ex-candidato à Vice-Presidência, general Braga Netto. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal irá decidir na próxima segunda-feira, em uma sessão marcada por Moraes, se a prisão preventiva de Bolsonaro será mantida ou não.

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