Leptospirose Aumenta Risco com as Chuvas no Paraná

    A chegada da temporada de chuvas traz uma preocupação crescente com a leptospirose, uma doença infecciosa que pode ser fatal. Em 2025, o Paraná já registrou 18 mortes relacionadas a essa infecção causada por uma bactéria transmitida principalmente por ratos. As inundações urbanas criam condições ideais para a proliferação da doença.

    Até agora, foram contabilizadas 1.557 notificações de leptospirose no estado. Dessas, 247 casos foram confirmados, 103 estão em investigação, 42 apresentaram resultados inconclusivos e 1.165 foram descartados.

    O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, alertou sobre a gravidade da doença: “Os primeiros sintomas aparecem de forma súbita e são semelhantes aos de uma gripe. É crucial seguir orientações de cuidados, especialmente durante as inundações, quando o risco é maior.” No período de verão, caracterizado por chuvas frequentes, a população deve estar atenta aos sinais da doença.

    A maioria dos casos notificados é concentrada na Região Metropolitana de Curitiba, com 869 registros até o momento. Desses, 127 foram confirmados e 12 resultaram em óbitos — sete em Curitiba, três em Colombo e dois em São José dos Pinhais. Na 1ª Regional de Saúde de Paranaguá, foram 73 notificações e 9 confirmações, incluindo duas mortes. A 3ª Regional de Ponta Grossa registrou 79 notificações, com 19 casos confirmados e uma morte em Castro. A 15ª Regional de Maringá teve 31 notificações, com 5 confirmações e um óbito em Sarandi. Na 21ª Regional de Telêmaco Borba, foram 9 notificações, 4 confirmações e duas mortes em Reserva.

    Como ocorre a contaminação e quais são os sintomas?

    A leptospirose se espalha principalmente por contato com água ou lama contaminada pela urina de roedores, afetando pessoas com feridas na pele ou mucosas, como olhos, nariz e boca. Em situações de enchentes, o risco de infecção aumenta, já que a água arrasta lixo e sujeira que podem conter a bactéria. Ela sobrevive por longos períodos em ambientes molhados, aumentando a probabilidade de contato.

    Os sintomas típicos da leptospirose aparecem geralmente de 7 a 14 dias após a exposição e podem ser confundidos com uma gripe comum. Inicialmente, os afetados podem sentir febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares — principalmentena panturrilha —, falta de apetite e náuseas. Caso não seja tratado, a infecção pode progredir para complicações graves, como danos a órgãos vitais, icterícia, insuficiência renal e hemorragias.

    Medidas de prevenção e tratamento

    A principal forma de prevenção é evitar áreas alagadas durante enchentes. Se o contato com a água for inevitável, por exemplo, durante operações de resgate ou limpeza, é importante usar botas e luvas de borracha. Após o contato com a água contaminada, recomenda-se lavar bem as mãos e o corpo com água e sabão.

    Na limpeza de áreas afetadas por inundações, deve-se usar uma solução de água sanitária, misturando um litro do produto com quatro litros de água. Também é crucial controlar a população de roedores. Mantenha o lixo em recipientes fechados e descarte-o corretamente. Alimentos devem ser armazenados em local seguro e com recipientes fechados. Em áreas de alto risco, a desratização deve ser realizada periodicamente por profissionais.

    Se alguém tiver contato com água de enchente e apresentar sintomas iniciais, como febre e dor muscular, deve procurar um médico imediatamente. O tratamento é realizado com antibióticos, e em casos graves, é essencial garantir a hidratação e suporte renal.

    A leptospirose é uma doença tratável, mas o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações sérias. A conscientização sobre os riscos, especialmente após chuvas, é crucial para proteger vidas.

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