Balanço do Ano: Desafios e Avanços para as Crianças no Brasil
Com o fim de mais um ano, é comum refletirmos sobre como foi o período que passou e quais expectativas guardamos para o futuro. Essa prática é especialmente importante quando se trata do bem-estar das crianças no país.
Em 2024, o Brasil apresentou um panorama misto em relação à saúde infantil. Dados do Ministério da Saúde indicam que houve um aumento no número de mortes de crianças menores de 5 anos devido a doenças que poderiam ser prevenidas com vacinações. Apesar desse dado preocupante, há motivos para otimismo: as taxas de imunização começaram a subir novamente, após um período de queda. Além disso, o Programa Nacional de Imunizações passará a incluir a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) para todas as gestantes, o que é uma medida importante para proteger os bebês nos primeiros anos de vida. O VSR é responsável por uma grande parte dos casos de bronquiolite e pneumonia em crianças pequenas, e a vacinação das gestantes pode oferecer proteção vital para os recém-nascidos.
Em um contexto mais amplo, o Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome, mas ainda enfrenta sérios problemas relacionados à alimentação. Mais de 7 milhões de pessoas enfrentam a insegurança alimentar severa, o que significa que não conseguem garantir três refeições por dia. Ao mesmo tempo, cerca de 46 milhões de brasileiros estão em situação de sobrepeso. Especialistas ressaltam que a pobreza e a falta de recursos financeiros levam as famílias a optar por alimentos mais baratos, que geralmente são menos saudáveis e mais processados. A obesidade emerge como um grande desafio, frequentemente mais difícil de solucionar do que a fome em si.
A pobreza é um dos problemas mais recorrentes que afeta as crianças no país. A falta de saneamento básico é uma das maiores privacões enfrentadas por essas famílias. Os efeitos da pobreza na saúde e no desenvolvimento infantil são profundos, limitando a aprendizagem e contribuindo para uma expectativa de vida menor e maior incidência de problemas como depressão e ansiedade. Além disso, a pobreza afeta a prosperidade econômica a longo prazo, criando um ciclo de dificuldades que pode levar à violência e ao extremismo.
As mudanças climáticas também emergem como um tema relevante, especialmente em um ano marcado por conferências sobre o meio ambiente. As condições ambientais têm um impacto significativo na saúde infantil. A poluição e outras questões relacionadas à degradação do meio ambiente são responsáveis por uma alta porcentagem de doenças nas crianças, impactando especialmente os países de baixa e média renda, como o nosso.
As consequências das mudanças climáticas, como ondas de calor e aumento de doenças transmitidas por vetores, têm consequências diretas para as crianças, especialmente as mais vulneráveis. Elas são as mais afetadas em vários aspectos, incluindo saúde física, mental e emocional.
Para o futuro, é fundamental que a sociedade civil se mobilize. As próximas eleições, em 2026, representam uma chance para refletirmos sobre o que desejamos para as crianças do país. O futuro das crianças de hoje é a responsabilidade dos adultos de amanhã, e é essencial que haja um esforço contínuo em prol de políticas públicas que garantam os direitos e o bem-estar infantil, como previsto na Constituição.
Por fim, ressaltamos que o compromisso com uma infância saudável deve ser uma prioridade coletiva, guiando as ações de todos que se preocupam com as próximas gerações.
