A Síndrome de Fim de Ano: Sinais, Sintomas e Cuidados Necessários

    As celebrações de final de ano, como festas de Natal e confraternizações, costumam trazer alegria, mas para muitas pessoas esse período pode ser desafiador. Embora a chamada “síndrome de fim de ano” não seja oficialmente reconhecida como um transtorno psiquiátrico, ela merece atenção especial para a saúde mental.

    A psicóloga Ana Paula Souza destaca que, nesta época, muitos sentem solidão, angústia e ansiedade. Com a chegada do novo ano, é comum fazer uma reflexão sobre o que aconteceu nos meses anteriores, o que pode intensificar essas emoções. Ela explica que fatores como pressão social, expectativa de felicidade e cobranças podem agravar esse quadro. Para muitos, as festas reavivam memórias complicadas, como a falta de pessoas amadas ou a comparação com os sucessos alheios, frequentemente expostos nas redes sociais.

    Outro especialista, o psicólogo Alexandre Ribeiro, aponta que, durante este período, as demandas do trabalho e a pressão econômica também contribuem para o estresse emocional. A reflexão sobre a vida pode gerar ansiedade, especialmente se o indivíduo percebe que não atingiu suas metas.

    A procura por apoio na área de saúde mental aumenta nesta época. Muitos relatam a necessidade de ajuda ao se darem conta de que estão tendo dificuldades emocionais. É importante entender que a tristeza e a melancolia não são sentimentos errados e que todos podem enfrentar desafios.

    Os jovens, como a estudante de Biologia Cecília Ribeiro, compartilham suas experiências. Para ela, este período é marcado por um “vazio” e uma sensação de nostalgia. Ela menciona que a pressão das redes sociais agrava esse sentimento, e tenta lidar com isso chorando, fazendo terapia e se dedicando a atividades que a acalmam. Isabelle Cavalcante, também estudante, fala sobre a “sensibilidade” que surge e como isso a faz refletir sobre as metas que não conseguiu cumprir, lembrando de momentos difíceis na vida.

    Leônidas Carvalho, publicitário de 25 anos, descreve uma sensação de “limbo” ao se aproximar do fim do ano, levando-o a refletir sobre suas experiências. Ele observa que a pressão por estar sempre feliz e por realizar planos pode ser prejudicial e recomenda um planejamento mais saudável e realista.

    Os relatos mostram que a síndrome de fim de ano é uma experiência comum, mas suas manifestações variam de pessoa para pessoa. A psicóloga Ana Paula sugere que, para lidar com esses sentimentos, é essencial compreender que a dezembrite existe e que é preciso cuidar de si mesmo. Buscar apoio profissional, impor limites e priorizar momentos de autocuidado são fundamentais. Ela alerta que, se os sentimentos se tornarem intensos ou persistentes, a ajuda de um especialista se torna necessária.

    Ao final do ano, é importante refletir sobre o que foi vivido, reconhecer os desafios e buscar formas de lidar com os sentimentos de maneira gentil, evitando comparações com os outros. O foco deve estar em pequenas metas que sejam viáveis e em cuidar da saúde mental, para enfrentar esse período com mais tranquilidade.

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