O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que irá propor, na próxima reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a ampliação do uso do medicamento Emicizumabe para crianças de 0 a 6 anos com hemofilia A. Essa doença genética afeta a coagulação do sangue, resultando em sangramentos prolongados, e exige acompanhamento médico constante.
Atualmente, o custo do Emicizumabe pode variar entre R$ 300 mil e R$ 350 mil por ano, um valor que muitas famílias não conseguem arcar. Com a proposta do ministro, a expectativa é que essa medicação passe a ser oferecida gratuitamente pelo SUS para a faixa etária mencionada.
Padilha destacou que o ministério está em negociações com a indústria farmacêutica, o que pode resultar em economia para os cofres públicos. Ele disse que o governo levará à reunião argumentos técnicos e detalhes sobre o acordo feito com o fabricante, visando uma redução no preço do remédio.
O Emicizumabe já é disponibilizado pelo SUS para outras idades e é conhecido por sua eficácia em reduzir em mais de 90% os episódios de sangramento, além de diminuir as internações hospitalares e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Uma das vantagens do Emicizumabe é a forma de aplicação, que é mais simples. O remédio é administrado por injeção subcutânea, geralmente uma vez por semana, ou, em alguns casos, três vezes na semana. Isso representa uma grande diferença para as crianças pequenas, que frequentemente têm mais dificuldades para receber o tratamento endovenoso. Essa dificuldade pode causar sofrimento tanto para as crianças quanto para suas famílias.
Além disso, a iniciativa do ministério para incluir o novo medicamento no SUS contou com o apoio de hemocentros, associações de pacientes e profissionais de saúde de diversos estados, incluindo Pernambuco, Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Pará, Bahia e o Distrito Federal.
