O Naufrágio de um Navio Romano na Croácia

    O que começou com uma simples prancha de madeira e um prego de ferro resultou na descoberta de um navio romano afundado. Arqueólogos na Croácia, em Sukošan, estavam explorando o fundo da Baía de Barbir quando encontraram esses artefatos há quatro anos. Essa descoberta os levou a um naufrágio com aproximadamente 2.000 anos de história.

    A localização é perto de Sukošan, onde o navio foi encontrado. Mladen Pešić, responsável pelo Centro Internacional de Arqueologia Subaquática em Zadar, explicou que a equipe percebeu que havia algo mais significativo no local após o achado inicial. No ano seguinte, iniciou-se uma busca mais abrangente que revelou o naufrágio.

    Após duas semanas de trabalho de campo neste ano, os pesquisadores confirmaram que a embarcação tinha cerca de 12 metros de comprimento, datada do primeiro ou segundo século da Era Comum. Durante a pesquisa, foram coletadas centenas de amostras de madeira do naufrágio. Descobriu-se que três tipos diferentes de madeira foram utilizados na construção do navio, cada um com uma função específica.

    Alba Ferreira Dominguez, arqueóloga envolvida na pesquisa, comentou que cada tipo de madeira tinha um propósito distinto. Isso ajuda a entender as técnicas de construção naval da época e por que os construtores escolheram determinados materiais.

    A condição em que o navio foi encontrado é algo notável. O que resta da embarcação é bem preservado, permitindo aos arqueólogos aprenderem mais sobre sua construção e funcionamento. Contudo, ainda há muitas perguntas sobre o que exatamente aconteceu durante sua última viagem.

    A Última Viagem do Navio

    Embora existam muitas dúvidas sobre o naufrágio do navio romano, os arqueólogos descobriram dicas importantes que ajudam a entender o que aconteceu naquela época. A estrutura do navio sugere que ele era uma embarcação de carga, projetada para transportar mercadorias.

    Anton Divić, um especialista em arqueologia subaquática, disse que a construção do navio era precisa e estável, permitindo que ele transportasse cargas pesadas e navegasse longas distâncias. Essas embarcações eram essenciais para o comércio e a vida cotidiana das pessoas que viviam na costa e nas ilhas há 2.000 anos.

    Durante as investigações, uma quantidade significativa de caroços de azeitona foi encontrada no local. Também foram descobertos caroços de uva, pêssego e até cascas de nozes. Isso indica que o navio estava carregado de produtos agrícolas no momento em que afundou.

    A causa exata do naufrágio ainda é um mistério. Arqueólogos acreditam que o navio pode ter sido pego por uma tempestade, mas devido ao tempo passado, é difícil ter certeza do que realmente ocorreu.

    Para evitar custos altos de retirada, a equipe de arqueólogos decidiu tirar diversas fotos sobrepostas do naufrágio e criar um modelo detalhado do navio. Concluídos os estudos, eles pretendem cobrir o navio com um material geotêxtil e areia, garantindo que permaneça no fundo da baía, onde afundou há 2.000 anos.

    Conclusão

    Esse naufrágio revela não apenas a história de uma embarcação, mas também detalhes fascinantes sobre a vida e o comércio na era romana. A descoberta oferece uma nova perspectiva sobre a navegação e as práticas comerciais da época. O trabalho dos arqueólogos é precioso, pois cada peça encontrada conta uma parte da história que ajuda a conectar o passado ao presente.

    As pesquisas não param por aqui. A equipe continua a estudar os vestígios encontrados e planeja desvelar mais segredos guardados no fundo da Baía de Barbir. As descobertas feitas até agora prometem enriquecer ainda mais nosso conhecimento sobre a história da navegação e do comércio na Antiguidade.

    O naufrágio do navio romano é um lembrete de que a história está presente em cada canto do nosso mundo e que as histórias submersas, muitas vezes, guardam mistérios prontos para serem revelados. Essa é uma oportunidade única para entender melhor um período que moldou muitas das culturas contemporâneas.

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