Oportunidades para Fortalecer Amizades e Combater a Solidão em 2026
A solidão e o isolamento social têm mostrado impactos significativos na saúde física e mental das pessoas. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que um em cada seis indivíduos em todo o mundo enfrenta a solidão, um problema que está ligado a mais de 871 mil mortes anuais. Medidas para melhorar a “saúde social” devem ser priorizadas com a mesma urgência que a saúde física e mental.
O médico Vivek Murthy, ex-secretário de saúde dos Estados Unidos e autor de um livro sobre as conexões humanas, destaca que o isolamento social está associado ao aumento de doenças como depressão, ansiedade e problemas cardíacos. Ele aponta que a falta de conexão social pode ser tão prejudicial à saúde quanto fumar até 15 cigarros por dia. Pesquisas demonstram que pessoas com laços sociais mais fortes têm 50% mais chances de sobrevivência do que aquelas com relacionamentos mais fracos.
É importante entender que estar sozinho não significa estar solitário. A solidão é a sensação subjetiva de desconexão e pode ocorrer mesmo em uma rotina cheia de compromissos. A OMS observa que isso afeta pessoas de todas as idades, com um terço dos idosos relatando sentimentos de solidão. Quando a solidão se torna crônica, pode levar a sérios problemas de saúde. Um estudo de Harvard revelou que 21% dos participantes se sentem extremamente solitários, enquanto quase 70% relataram solidão socioemocional, como a falta de grupos significativos ou amigos próximos.
Estudos também indicam que as mulheres idosas e os idosos institucionalizados apresentam as maiores taxas de solidão. Pesquisas realizadas em diversos países mostram que cerca de um em cada quatro idosos sente-se sozinho. Dada a associação da solidão com problemas como depressão e mortalidade, é fundamental que profissionais de saúde mental e formuladores de políticas trabalhem em intervenções para aliviar essa condição, especialmente entre os idosos.
A escritora Heloísa Paiva, autora de um livro voltado para a saúde e bem-estar na meia-idade, enfatiza que o isolamento social pode ser um fator de risco sério para a saúde mental, especialmente entre mulheres na menopausa. Ela ressalta que manter amizades é essencial para reduzir a solidão e promover o bem-estar físico. Amigas que passam por experiências semelhantes podem oferecer apoio valioso durante esta fase da vida.
Heloísa sugere oito atitudes práticas para melhorar as conexões sociais, que podem ser implementadas de forma simples:
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Lista de Contatos: Identifique três pessoas que você conhece superficialmente e envie uma mensagem convidando-as para um café ou um bate-papo virtual.
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Reencontros: Busque amigas antigas nas redes sociais e proponha um encontro leve e sem cobranças.
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Rituais de Encontro: Estabeleça um encontro regular, quinzenal por exemplo, com uma amiga ou um pequeno grupo.
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Novas Amizades: Participe de cursos, clubes de leitura ou atividades de voluntariado, onde é possível conhecer novas pessoas em um ambiente de convivência.
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Conexões Profundas: Prefira a qualidade em vez da quantidade nas interações, promovendo conversas que realmente importam.
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Reciprocidade: Não hesite em pedir apoio quando precisar e esteja disponível para ajudar quando possível.
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Facilidade nos Encontros: Organize datas e locais para facilitar a logística dos encontros, começando com pequenas interações.
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Valorização das Conexões: Trate as relações sociais como prioridade de saúde, demandando espaço e atenção.
Para fortalecer as amizades na vida adulta, Heloísa observa que a intimidade cresce com a repetição e a convivência em ambientes seguros. Ela sugere um desafio para 2026: agendar uma reconexão semanal com amigos, promovendo conversas em espaços que interessem a ambas as partes.
Essas atitudes simples podem ajudar a cultivar um ambiente social mais saudável e a combater a solidão, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.
