Uma nova imagem capturada pela Agência Espacial Europeia (ESA) revela uma cratera de impacto peculiar na superfície de Marte, com um formato que lembra uma borboleta. Essa formação foi registrada pela sonda Mars Express na região conhecida como Idaeus Fossae, localizada nas planícies do hemisfério norte do planeta vermelho.

    A cratera mede aproximadamente 20 quilômetros de comprimento por 15 quilômetros de largura. Sua forma distinta é resultado de um impacto oblíquo, em que uma rocha espacial colidiu com Marte em um ângulo raso, ocasionando a formação oval e a distribuição assimétrica do material ao redor. Esse material se apresenta em dois lóbulos que se estendem para o norte e o sul, assemelhando-se a asas.

    A análise do material ejetado sugere que a colisão atingiu uma camada de gelo subterrâneo. O impacto gerou calor suficiente para derreter o gelo, resultando em um fluxo de lama que se espalhou pela região, criando as estruturas visíveis que se assemelham a asas.

    Geralmente, espera-se que o material seja lançado em todas as direções durante uma colisão que resulta em uma cratera. No entanto, neste caso, o ângulo de impacto específico contribuiu para as formas incomuns observadas. O “corpo” da cratera, que é a parte principal, apresenta uma forma oval atípica, enquanto as asas possuem contornos irregulares.

    A área ao redor da cratera é marcada por mesas, que são formações geológicas com o topo plano e laterais íngremes, algumas com mais de mil metros de altura. As bordas dessas mesas são escuras, revelando camadas ricas em minerais como ferro e magnésio. Essa composição indica um histórico de atividade vulcânica, onde lava e cinzas foram expelidas.

    Essas mesas contrastam com o solo avermelhado ao redor, resultado da erosão e do acúmulo de materiais ao longo do tempo. Cientistas acreditam que essa região passou por intensa atividade vulcânica no passado, com depósitos de lava sendo acumulados e depois cobertos por outras camadas.

    As crateras com esse tipo de morfologia são raras e constituem importantes registros geológicos. Elas ajudam os pesquisadores a entender o histórico de impactos em Marte, além de fornecer informações sobre a composição do subsolo do planeta naquele período, oferecendo evidências da possível presença de água em estado congelado no passado.

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