O 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, conhecido como Abrascão 2025, acontecerá em Brasília, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, entre os dias 28 de novembro e 3 de dezembro de 2025. O tema deste ano será “Democracia, equidade e justiça climática: a saúde e o enfrentamento dos desafios do século XXI”. O evento espera reunir mais de 1.500 participantes, incluindo estudantes, acadêmicos, profissionais de saúde e representantes de movimentos sociais.

    Os trabalhadores da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa) da Secretaria da Saúde da Bahia apresentaram 103 trabalhos que abrangem diversas áreas, como vigilância epidemiológica, sanitária, saúde ambiental, saúde do trabalhador, vigilância laboratorial, emergências em saúde pública e planejamento em saúde. Essa ampla participação reflete o empenho em discutir questões fundamentais para a proteção da saúde pública e o bem-estar da sociedade.

    O foco do congresso, segundo Rômulo Paes de Souza, presidente do evento, é promover um espaço de debate sobre a interconexão entre clima, equidade e democracia. Ele destaca a importância de abordar os desafios gerados pelas mudanças climáticas, que afetam não só a biodiversidade, mas também acentuam problemas sociais, como o racismo ambiental e as dificuldades enfrentadas por diversas populações.

    Durante os seis dias de programação, os participantes terão acesso a debates, mesas-redondas, relatos de pesquisas e experiências, além de atividades culturais e a tradicional tenda Paulo Freire. O evento será uma oportunidade para celebrar a democracia e a construção coletiva de soluções de saúde.

    Entre os trabalhos que serão apresentados, destaca-se o da enfermeira sanitarista e pesquisadora Mariana Nossa, que trará o projeto “Educação Permanente como Estratégia de Fortalecimento das Emergências em Saúde Pública na Bahia”. Esta iniciativa, realizada entre maio e setembro de 2025, capacitou profissionais para investigar surtos e epidemias, ressaltando a importância da formação contínua na área de saúde pública.

    Outro destaque é a contribuição de Andréa Laura Moreira, sanitarista da Coordenação de Vigilância Ambiental da Suvisa. Seu trabalho analisa os “casos notificados de intoxicação exógena por agrotóxicos na Bahia” entre 2013 e 2022. De acordo com Andréa, a Bahia é um dos estados com maior uso de agrotóxicos, o que eleva o risco de exposição da população a esses produtos prejudiciais.

    Ela alerta para a gravidade das intoxicações, que muitas vezes são subnotificadas, e enfatiza a necessidade de elaborar políticas de saúde que considerem as populações mais vulneráveis, como os trabalhadores rurais, que enfrentam riscos elevados devido à sua exposição a contaminantes químicos. O papel da Vigilância, segundo Andréa, deve ser a proteção dessas populações e a promoção da saúde.

    O congresso tem tudo para ser um importante marco na discussão sobre saúde coletiva e os desafios contemporâneos, reafirmando o compromisso com a saúde pública em face das crises sociais e ambientais.

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