A Suzano, uma das principais empresas do setor de papel e celulose no Brasil, divulgou nesta terça-feira, dia 9, suas projeções de investimentos para os próximos anos. A companhia estima que, em 2026, seus investimentos, conhecidos como capex, serão de aproximadamente R$ 10,9 bilhões. Para o ano de 2025, Suzano já havia anunciado um investimento de R$ 13,3 bilhões.

    Um aspecto importante da projeção para 2026 é que R$ 7,3 bilhões devem ser destinados à manutenção de suas instalações. Além disso, a empresa planeja investir R$ 2,6 bilhões em terras e florestas, e cerca de R$ 800 milhões em projetos voltados para expansão e modernização de suas operações.

    O banco de investimentos JPMorgan classificou positivamente a redução de 18% no capex projetado para 2026 em comparação ao ano anterior. Segundo a análise, essa diminuição pode aumentar em cerca de 1,6 ponto percentual o rendimento de fluxo de caixa estimado para o período. A nova projeção de R$ 10,9 bilhões para 2026 está 2% abaixo das expectativas do banco Morgan Stanley, que previa R$ 11,1 bilhões. Além disso, é 17% inferior ao consenso do Visible Alpha, que estimou R$ 13,2 bilhões. Os analistas do JPMorgan indicam que a redução se deve principalmente à troca de madeira realizada com a Eldorado em agosto e à conclusão de projetos de expansão considerada relevantes.

    A Ativa Investimentos informou que a nova projeção de investimentos sinaliza uma mudança na estratégia da Suzano, entrando em um novo estágio que está mais alinhado com a maturidade de seus projetos e a expectativa de redução gradual das dívidas. O Bradesco BBI, por sua vez, avaliou o anúncio como neutro, já que os valores estão de acordo com o que o mercado esperava.

    Além disso, os analistas do Bradesco BBI ressaltaram que a empresa ainda tem cerca de US$ 1,2 bilhão (equivalente a R$ 6,5 bilhões) em desembolsos decorrentes da aquisição da empresa KC, prevista para ser concluída no segundo semestre de 2026. Após essa transação, o capex anual de manutenção pode aumentar em cerca de US$ 100 milhões, o que faria o investimento total para 2026 subir de R$ 10,9 bilhões para R$ 11,2 bilhões.

    O Morgan Stanley recomenda a compra das ações da Suzano, com um preço-alvo de R$ 78 por ação, apontando um potencial de valorização de 54%. Segundo o banco, a Suzano está bem posicionada para se beneficiar da recuperação nos preços da celulose e projeta uma forte geração de fluxo de caixa livre, com rendimento entre 14% e 20% para o período de 2026 a 2027.

    As instituições Ativa Investimentos e JPMorgan também reafirmaram suas recomendações de compra, com preços-alvo de R$ 68 e R$ 83,50, respectivamente.

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