Na manhã desta quarta-feira, 6 de novembro, uma tartaruga-cabeçuda foi resgatada na Praia do Bessa, em João Pessoa. O animal apresentava dificuldades para mergulhar, um indício comum em casos de ingestão de resíduos plásticos. O resgate foi realizado por um grupo que inclui o Movimento Esgotei, a Polícia Ambiental, a Associação Guajiru e o Aquário Paraíba.

    Emmanuel Lopes, diretor do Aquário Paraíba, informou que a tartaruga foi levada para o centro de reabilitação, onde já está passando por exames clínicos e de imagem, como ultrassonografia e raio-X. Esses procedimentos são importantes para identificar eventuais obstruções no organismo do animal, que podem ser causadas pelo plástico que ele ingeriu. “Este é o terceiro resgate de tartaruga no Aquário Paraíba apenas neste mês. Isso evidencia como nossas praias estão sendo afetadas pelo descarte inadequado de lixo”, afirmou Emmanuel. Ele explicou que as tartarugas confundem sacolas plásticas e embalagens com alimentos como águas-vivas, o que pode causar bloqueios intestinais e, em muitos casos, a morte do animal. Atualmente, o Aquário está tratando quatro tartarugas, cada uma com uma história que poderia ter sido evitada.

    O Aquário Paraíba mantém um programa contínuo de resgate e reabilitação de animais marinhos, em cooperação com órgãos ambientais e iniciativas de conservação. Depois de receber os cuidados médicos necessários, os animais que se recuperam completamente são devolvidos ao seu habitat natural. Recentemente, a instituição comemorou a soltura da tartaruga chamada Vitória, que retorna ao mar após meses de tratamento.

    De acordo com o Instituto Oceanográfico da USP, cerca de 90% das tartarugas encontradas mortas no litoral do país apresentavam resíduos plásticos em seus intestinos. Estima-se que anualmente mais de 100 mil animais marinhos no mundo morrem devido à poluição por plásticos, conforme dados da ONU Meio Ambiente. “O mar não é um lugar para jogar lixo. Cada garrafa, copo ou saco plástico descartado irresponsavelmente pode custar a vida de um animal marinho. A responsabilidade com o nosso lixo é essencial para proteger a vida no oceano”, conclui Emmanuel Lopes.

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