O Ministro da Justiça da Ucrânia, German Galushchenko, foi suspenso de suas funções devido a sua suposta participação em um escândalo de corrupção envolvendo a empresa estatal de energia nuclear, Energoatom. A decisão foi anunciada pela Primeira-Ministra Yulia Svyrydenko nesta quarta-feira.
Galushchenko ocupou o cargo de ministro da Energia por quatro anos antes de assumir a Justiça em julho. Ele é acusado de se beneficiar de um esquema que lavava dinheiro da Energoatom. Conforme informado, autoridades de combate à corrupção realizaram buscas nos escritórios de Galushchenko na segunda-feira.
Em sua defesa, Galushchenko afirmou que conversou com a Primeira-Ministra e concordou que a suspensão era oportuna enquanto ele se defendia das acusações. Ele ressaltou que uma decisão política é necessária para que a situação seja esclarecida e se disse disposto a provar sua inocência no tribunal.
O escândalo envolve um suposto esquema de corrupção de 100 milhões de dólares, supostamente organizado pelo empresário Timur Mindich, que é um aliado próximo do presidente Volodymyr Zelenskyy. Investigações indicam que Galushchenko ajudou Mindich a gerenciar fluxos financeiros ilícitos no setor energético. Além disso, empreiteiros que trabalhavam com a Energoatom eram, segundo as acusações, obrigados a pagar subornos de 10 a 15% para evitar a perda de contratos ou atrasos nos pagamentos.
As acusações de corrupção no setor de energia são particularmente sensíveis na Ucrânia, que enfrenta constantes apagões diários em meio a ataques russos à sua infraestrutura. Esse escândalo também pode representar um desafio para a Ucrânia em sua tentativa de se tornar membro da União Europeia, onde a erradicação da corrupção é uma condição fundamental.
Em discurso recente, o presidente Zelenskyy pediu total colaboração na investigação de corrupção e garantiu que qualquer pessoa implicada deve ser responsabilizada. Esses comentários vieram meses após o presidente ter que revogar planos que buscavam reduzir a independência de órgãos de combate à corrupção do país, como o Escritório Especializado de Procuradoria Anticorrupção (SAPO) e o Escritório Nacional de Combate à Corrupção da Ucrânia, após protestos populares.
