Um em cada cinco idosos desenvolve infecções até seis meses após cirurgias cardíacas, e as mulheres têm chances significativamente maiores de sofrer com isso, conforme estudos realizados. Esses estudos foram conduzidos por pesquisadores de Michigan.
As pesquisas analisaram milhares de casos de beneficiários do Medicare que se submeteram a cirurgias como o enxerto de bypass da artéria coronária (CABG) ou substituição de válvula aórtica.
Os resultados mostram que as mulheres têm 60% mais probabilidade de desenvolver infecções depois da cirurgia, sendo as mais comuns infecções do trato urinário, pneumonia e sepse. Isso levanta questões sobre como o gênero pode influenciar a recuperação de pacientes após cirurgias cardíacas.
Além disso, os pacientes negros apresentaram taxas mais altas de infecções em geral, com 28% em comparação a 19,2% entre os pacientes brancos. Esse dado ressalta a importância de entender como diferentes fatores sociais e de saúde podem impactar os resultados da cirurgia.
Os estudos foram publicados em uma revista científica de cardiologia. Segundo os pesquisadores, há uma disparidade nas taxas de infecções entre diferentes grupos, o que exige um trabalho conjunto de profissionais de saúde para resolver essas questões.
Em um dos estudos, abrangendo hospitais do estado de Michigan, 21,2% dos beneficiários do Medicare desenvolveram infecções até seis meses após a cirurgia. Esses números são preocupantes e indicam que o problema vai além do que se pensava anteriormente.
As infecções respiratórias e as infecções do trato urinário foram responsáveis por cerca de 17% de todas as infecções observadas. Além disso, as taxas de infecção variaram em quase 40% entre os hospitais, demonstrando que alguns lugares conseguem prevenir infecções melhor do que outros.
O acompanhamento de infecções após a cirurgia é crucial, pois algumas instituições têm melhores práticas que podem ajudar a evitar complicações. Além disso, a situação social dos pacientes pode aumentar o risco de infecções e agir como um fator agravante.
Estudos anteriores haviam indicado taxas mais baixas de infecção após essas cirurgias. Os números mais altos encontrados nas pesquisas atuais são, em parte, devido ao acompanhamento de um período mais longo de seis meses, permitindo que os pesquisadores vissem mais infecções.
Pacientes que passaram por cirurgias cardíacas, como o bypass ou a substituição da válvula, podem desenvolver outras infecções ao longo do tempo, como infecções intestinais e do trato urinário. Essa visão mais ampliada é importante para entender todos os riscos associados a essas cirurgias.
A maioria dos registros nacionais não monitora infecções adicionais além dos primeiros 30 dias após esses procedimentos. Essa falta de acompanhamento pode levar a uma subestimação significativa do impacto das infecções em pacientes que passaram por cirurgias cardíacas.
No estado de Michigan, as cirurgias de bypass e substituição de válvula representam mais da metade de todos os procedimentos cirúrgicos cardíacos realizados. Em todo o país, os procedimentos de CABG correspondem a mais de 70% das cirurgias cardíacas.
Em um dos estudos, foi observado que pacientes operados em hospitais com um desempenho mais baixo e taxas de infecção mais altas tinham maior probabilidade de serem encaminhados para cuidados prolongados ou reabilitação. Essa informação é vital para entender como a qualidade do atendimento pode afetar a recuperação.
Os pesquisadores destacaram que os pacientes estão em risco de desenvolver infecções tanto logo após a cirurgia quanto depois de um tempo. Considerações como diabetes, hipertensão e câncer podem contribuir para o surgimento de infecções mais tarde em pacientes cirúrgicos.
A equipe de pesquisa enfatiza a necessidade de colaboração entre instituições de saúde para reduzir as disparidades nos resultados dos pacientes. Um esforço de melhoria da qualidade realizado em Michigan entre 2012 e 2017 demonstrou que hospitais que adotaram práticas para prevenir infecções conseguiram reduzir o risco de pneumonia.
Esses achados sublinham a importância de unir hospitais e também a comunidade local para identificar e implementar ações que possam ser modificadas para evitar infecções após cirurgias.
Esses esforços são fundamentais para melhorar a saúde de pacientes cardíacos e garantir um acompanhamento eficaz após os procedimentos. O enfrentamento das infecções pós-operatórias é um passo importante em direção à melhoria do cuidado à saúde.
Vários profissionais concordam que a implementação de práticas para controle de infecções pode fazer uma grande diferença na recuperação dos pacientes. O trabalho em equipe entre hospitais e comunidades está no caminho certo para tratar desse problema de saúde pública.
Essa abordagem contribui para um futuro mais saudável, onde menos pacientes enfrentarão complicações indesejadas após suas cirurgias. A união de esforços é crucial para garantir melhores resultados na saúde cardiovascular.
