Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 10% dos medicamentos vendidos em países de baixa e média renda são falsificados. No Brasil, essa realidade também é preocupante, especialmente com o crescimento da venda de canetas emagrecedoras, que têm atraído a atenção das autoridades de saúde.
As redes sociais estão repletas de anúncios dessas canetas, muitas vezes vendidas sem a necessidade de receita médica e a preços muito mais baixos do que os praticados em farmácias. Especialistas alertam que, devido à alta demanda, esse tipo de produto se tornou um dos mais falsificados no país.
O presidente da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Rodolpho Ramazzini, destacou os problemas associados às canetas emagrecedoras. Segundo ele, há uma entrada de canetas do Paraguai sem registro na Anvisa, o que significa que esses produtos não passam por controle de qualidade e podem conter substâncias desconhecidas. Além disso, existem canetas montadas no Brasil com componentes adquiridos de forma irregular, o que aumenta os riscos à saúde dos consumidores. Essas mercadorias são frequentemente vendidas pelas redes sociais e em plataformas de e-commerce.
O comércio digital de produtos ilegais já representa 36% de todos os produtos falsificados no país, conforme dados da ABCF. O prejuízo causado por medicamentos e produtos hospitalares falsificados é estimado em mais de R$ 11,5 bilhões.
Renato Porto, representante da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), ressalta que todo o processo de fabricação e venda de medicamentos deve ser regulamentado e certificado. Ele explica que a cadeia de produção deve ser controlada, envolvendo fabricantes, distribuidores e vendedores autorizados para garantir a qualidade dos produtos. Essa cadeia de distribuição rigorosa é fundamental para proteger a saúde dos consumidores.
