Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, em países de baixa e média renda, um em cada dez medicamentos é falsificado. No Brasil, a situação é preocupante, principalmente em relação aos remédios adulterados e sem procedência. Um dos produtos que têm chamado a atenção das autoridades sanitárias é a caneta emagrecedora, que se tornou bastante popular.
Nas redes sociais, muitos anúncios promovem a venda dessas canetas, frequentemente sem exigir receita médica e a preços muito baixos. No entanto, especialistas alertam que, devido à alta procura, essas canetas estão entre os produtos mais falsificados do país.
A situação se agrava com o surgimento de canetas emagrecedoras que entram no Brasil sem qualquer controle. Muitas delas vêm do Paraguai e não possuem registro na Anvisa, o órgão regulador de medicamentos no país. Essas canetas podem conter substâncias desconhecidas e potencialmente perigosas. Além disso, há também aquelas que são montadas em território nacional, utilizando ingredientes que foram importados de forma inadequada. Rodolpho Ramazzini, presidente da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), destaca que esses produtos, vendidos principalmente por meio das redes sociais e do comércio eletrônico, representam um grande risco à saúde.
O comércio digital de produtos ilegais no Brasil já corresponde a 36% do total de produtos falsificados em circulação. O prejuízo estimado por conta de medicamentos e produtos hospitalares falsificados ultrapassa os R$ 11,5 bilhões.
Renato Porto, representante da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), ressalta a importância de que todo o processo de fabricação e venda de medicamentos seja devidamente certificado. Ele explica que essa cadeia deve ser fechada, ou seja, todos que participam do processo — da fabricação à distribuição e venda — precisam ter autorização para atuar, garantindo qualidade e segurança aos consumidores.
A venda de medicamentos falsificados é um problema sério que pode ter consequências graves para a saúde da população. Por isso, é fundamental que os consumidores sejam cautelosos e busquem informações sobre a origem dos produtos que adquirem, especialmente aqueles que parecem bons demais para ser verdade.
