Zelda Williams Reage ao Uso de IA para Recriar a Imagem de Seu Pai
Zelda Williams, filha do famoso ator e comediante Robin Williams, usou suas redes sociais para pedir que os fãs parassem de enviar vídeos gerados por inteligência artificial que recriam a imagem de seu pai. Em uma mensagem clara, ela afirmou: “Por favor, parem de me enviar vídeos de IA do meu pai”.
Ela deixou claro que não tem interesse em ver esses materiais e que eles não ajudam em nada. Se alguém está tentando provocá-la, ela garante que já viu coisas muito piores e simplesmente bloqueará quem insistir. Zelda pediu respeito, não apenas a ela, mas também à memória de Robin Williams, lembrando que esses vídeos são desnecessários e uma perda de tempo. “É bem ridículo e não é isso que ele teria querido”.
A Fala de Zelda sobre as Recriações de IA
Robin Williams faleceu em agosto de 2014, aos 63 anos. Um exame posterior revelou que ele sofria de demência de corpo Lewy, uma doença cerebral que provoca sintomas como depressão e ansiedade. Desde então, muitos fãs têm saudade do ator e comediante, mas com o surgimento de novas ferramentas de IA criadas por grandes empresas, como Microsoft e Google, alguns acreditam que recriações digitais são formas adequadas de homenageá-lo.
Em 2023, Zelda já havia se manifestado contra o uso de IA, especialmente durante uma greve de atores. Na ocasião, ela expressou seu incômodo com o uso da sua voz, insinuando que o impacto vai além de suas próprias emoções. “Essas recriações são, na melhor das hipóteses, cópias ruins de pessoas incríveis. Na pior, são monstros horríveis, juntando os piores elementos da indústria”, disse Zelda.
Recentemente, ela assumiu uma postura firme: para ela, usar IA para criar arte não é o mesmo que fazer arte. “Não é arte, é um embuste que transforma a vida real em produtos sem alma”, afirmou em seu desabafo, caracterizando a prática como “desagradável”.
A Intensificação do Uso de IA nas Redes Sociais
O uso de IA gerou uma série de controvérsias, principalmente nas redes sociais. Um exemplo notório foi uma imagem gerada que mostrava o Papa Francisco vestido com um casaco de puff branco, que viralizou rapidamente em março de 2023. A precisão dessas ferramentas tem se aprimorado, criando uma nova preocupação: a questão da propriedade da imagem e da voz de indivíduos, especialmente figuras públicas.
Por exemplo, em 2024, ao lançar novos modelos de voz da IA ChatGPT, a empresa OpenAI gerou polêmica ao criar um modelo que soava muito parecido com a atriz Scarlett Johansson. Embora a empresa tenha afirmado que a voz dela não foi usada, muitos ficaram céticos, especialmente após Johansson ter sido procurada para contribuir e ter recusado.
“Ao longo do tempo, acabei sendo vítima de IA de forma muito pública”, comentou Johansson. “E é importante notar que o problema da IA impacta todos nós de alguma forma”.
Inteligência Artificial e a Indústria do Entretenimento
A polêmica em torno da IA não se restringe apenas a recriações de atores reais. Um programa chamado Tilly Norwood, apresentado como uma “atriz de IA”, tem gerado discussões sobre a possibilidade de substituir atores humanos por criações digitais. O presidente da SAG-AFTRA, Sean Astin, fez uma declaração reafirmando que o sindicato sabe como lidar com essas questões, destacando que o público ainda prefere ver performances autênticas.
Enquanto isso, Hollywood enfrenta um futuro onde o uso da IA em filmes se torna cada vez mais debatido. No entanto, Zelda Williams discorda desse ideal. Ela enfatizou que chamar isso de “futuro” é um erro, pois a IA apenas recicla e transforma o passado, sem trazer inovações verdadeiras. “Vocês estão consumindo o pior da nossa cultura, enquanto os criadores riem e lucram com isso”, criticou.
Conclusão
Zelda Williams é um exemplo de como a tecnologia, especialmente a inteligência artificial, pode afetar a vida de pessoas que já perderam entes queridos. Sua posição firme contra a recriação da imagem de Robin Williams é um chamado à reflexão sobre respeito, ética e a verdadeira essência da arte. O debate sobre o uso de IA continua aceso, desafiando a indústria e colocando em questão o que realmente significa criar e homenagear alguém. É um momento importante para pensar sobre os limites e implicações que a tecnologia traz para a arte e para as memórias das pessoas que admiramos.
